Sete minutos para entrar em forma
Dias atrás uma matéria publicada pela Revista Veja mexeu com o mundo da Educação Física e dos profissionais de Saúde.
A reportagem trouxe o que seria – na atualidade – uma revolução no mundo da atividade física: a prática de exercício intenso, intervalado – com curta duração (ou exatos sete minutos) – para fins de condicionamento e, por que não, de emagrecimento também. Simples, prático e rápido. Nada melhor (será?) para quem vive a correria do cotidiano e usa (ou usava) a desculpa da falta de tempo para não se exercitar.
De acordo com as informações da publicação, a prática de exercícios puxados (sucintos e intercalados com breves períodos de descanso) é um recurso eficientíssimo para atingir vários grupos musculares importantes. De acordo com profissionais de saúde consultados pela revista, a atividade física intensa proporciona a descarga de catecolaminas (hormônios do estresse), que – simplificando a história toda – avisam ao organismo que este corre uma espécie de “perigo”. A reação, claro, é imediata: em um autêntico movimento de defesa da espécie (ou de “salve-se quem puder” mesmo), o corpo vai buscar as reservas de energia guardadas a sete chaves, aquelas difíceis de serem alcançadas e exterminadas. Isso mesmo que você pensou…Justamente aquela gordurinha acumulada na barriga e que você não consegue perder nunca, ainda que dê dezoito voltas no quarteirão – correndo, esbaforido(a) – todos os dias.
Claro que a matéria gerou polêmica. Há os que concordem e apoiem a prática. Certamente há os que façam sérias objeções. Na área da Cardiologia parece haver uma unanimidade a favor. Isa Oliveira, médica da Sociedade Brasileira de Cardiologia, disse à Veja que “caíram por terra os tradicionais 45 minutos de caminhada diária”. E completou informando que “já está provado que o treinamento intenso e intervalado traz os mesmos resultados que os outros, em menor tempo”. Estudioso de um pessoal que está na outra ponta dessa história – os maratonistas – o Dr. Nabil Ghorayeb (Doutor na área pela Faculdade de Medicina da USP) afirma que os esforços de longa duração (como as maratonas) constituem perigo altíssimo para a saúde dos atletas. De acordo com o diretor científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia, “maratonistas ficam vulneráveis a inúmeras viroses, entre elas, a mais grave, uma que pode inflamar o músculo cardíaco e deixar fibroses no tecido”. Isso sem falar no alto nível de LDL, o colesterol ruim, observado no sangue desses atletas. Pode-se entender, então, que ele corrobora com a colega? Talvez.
Certo mesmo é que o Dr. Ghorayeb é experiente no assunto. Adepto da medicina preventiva, ele lançou no mercado o livro “Ninguém Morre de Véspera” (Phorte Editora). Na obra, o médico reforça a importância do cultivo de bons hábitos para a manutenção da boa saúde.
Ao longo de pouco mais de trezentas páginas, os especialistas em atividade física e saúde abordam os princípios fisiológicos e metodológicos da prática de exercícios em diferentes volumes e intensidades. Sempre considerando-os como estratégia para emagrecimento e prevenção da obesidade.
Por Débora Elias