Quando o paciente sofre um AVC, o processo de recuperação deve ser realizado da melhor maneira, levando em consideração, entre outros aspectos, a reabilitação da linguagem do paciente. Descubra conosco a importância do fonoaudiólogo no tratamento de pacientes que sofreram com AVC.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o acidente vascular cerebral é o segundo maior causador de morte no mundo, ficando atrás apenas da doença isquêmica cardíaca.
No Brasil, 70% das pessoas que sofrem um AVC não retornam ao trabalho e 50% ficam dependentes de outras pessoas nas tarefas diárias.
Apesar dos números e taxas amedrontadoras, se soubermos o que é o AVC, como ele acontece, os fatores de risco, os tipos e sintomas, conseguiremos nos preparar para identificar e procurar ajuda profissional o quanto antes.
O que é o AVC? Como ele acontece?
O acidente vascular cerebral, também conhecido pela sigla AVC ou por “derrame cerebral”, é uma doença e, como vimos, uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. O AVC pode acontecer de duas formas diferentes, que caracterizam os seguintes subtipos:
Tipos de AVC
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI): representa cerca de 80-85% dos casos de AVC. Acontece quando há uma interrupção ou redução total do fluxo sanguíneo em determinada área do cérebro.
Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH): ocorre quando há um extravasamento de sangue, geralmente por conta do rompimento de um vaso sanguíneo.
Fonte: RedeBrasilAVC | Ilustração: RedeBrasilAVC
Fatores de risco de AVC
Apesar de ser comum em pessoas com 60 anos ou mais, a verdade é que o AVC pode acontecer em qualquer idade – crianças, jovens, adultos e idosos. A Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization) estima que uma a cada seis pessoas sofrerá um derrame ao longo da vida.
Por isso, todas as pessoas devem ter atenção a fatores como os seguintes.
Fatores ligados ao estilo de vida: obesidade e sobrepeso, alimentação desequilibrada, sedentarismo, uso de anticoncepcionais (em alguns casos, por isso, vale consultar seu ginecologista), tabagismo, uso de drogas e uso de bebidas alcoólicas em excesso.
Fatores ligados aos problemas de saúde: taxas de colesterol, triglicérides elevados, diabetes, pressão alta e doenças cardíacas.
Assim, é imprescindível fazer consultas periódicas de acompanhamento médico para monitorar e controlar essas taxas e, além disso, mudar hábitos que possam provocar ou aumentar a predisposição para o AVC, incluindo ações para:
• controlar o colesterol;
• manter o peso saudável;
• controlar a pressão arterial;
• não fumar e não utilizar drogas ilícitas;
• fazer atividades físicas e manter uma alimentação saudável, livre de gordura ruim.
Você também pode gostar de:
Sinais e sintomas iniciais de AVC
Quando o assunto é AVC, existem algumas formas de identificá-lo assim que começa a acontecer. É uma situação que se dá de forma súbita e aguda, então, assim que perceber qualquer um desses sinais, procure um médico imediatamente e não espere o sintoma passar.
Segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cardiovasculares, fique atento ao início súbito dos seguintes sinais:
• Fraqueza ou formigamento no rosto, no braço ou na perna, especialmente se for em um lado do corpo.
• Confusão, alteração da fala ou compreensão.
• Alteração na visão.
• Alteração do equilíbrio e coordenação, aparecimento de tontura ou alteração no andar.
• Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
Tratamentos mais comuns para o AVC
Cada tipo de AVC tem um tratamento próprio. No caso do AVCI, o mais comum é com base na reperfusão, que significa a desobstrução do vaso cerebral, e o medicamento utilizado é o trombolítico. Já o AVCH também necessita de uma intervenção cirúrgica específica. Posteriormente, ambos os casos necessitam de acompanhamento para a prevenção de que aconteça mais um derrame.
Importância do fonoaudiólogo para o tratamento do AVC
O paciente que passou por um AVC precisa de um cuidado pós-alta meticuloso, envolvendo a atenção integrada à saúde com uma abordagem multidisciplinar, para que assim a reabilitação ocorra de maneira total, de acordo com cada caso.
Alguns dos profissionais de saúde que podem integrar a equipe multidisciplinar para a recuperação de pacientes com quadros de derrames cerebrais são, por exemplo: médico, fisioterapeuta, nutricionista, terapeuta ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo e enfermeiro.
O profissional em fonoaudiologia, muitas vezes também especialista em fonoaudiologia, tem o papel de atuar com: avaliação e reabilitação dos distúrbios de linguagem, de fala e de deglutição, que podem ou não aparecer em pacientes que sofreram com AVC.
A terapia fonoaudiológica, ou fonoterapia, auxiliará na reabilitação dos pacientes com esses distúrbios, com a reconstrução da linguagem, a reorganização das habilidades comunicativas e a facilitação da sociabilidade, entre outros processos.