A vida moderna, com seu ritmo veloz e alucinante, principalmente nas grandes cidades, faz com que as pessoas frequentemente se sintam estressadas e incapazes de enfrentar, com eficiência, seus desafios diários. 
 
Nessa sociedade, a pressa, a impaciência e a ansiedade andam juntas no dia a dia da maioria dos indivíduos.
 
Tudo isso gera frustrações e, frequentemente, angústia, depressão e doenças psicossomáticas, afetando a saúde como um todo.
 
A meditação, nesse contexto, é indispensável, pois tranquiliza a mente, ajuda a modificar atitudes e contribui para a melhora da saúde do corpo e da mente (BENSON; KLIPPER, 2000).
 
meditação
 
Ela é uma prática milenar e conhecida em várias partes do mundo, tanto no ocidente quanto no oriente, tendo sido desenvolvida com diferentes variações em países como Índia, Japão, China, Egito, Grécia, Itália, Espanha, Turquia e outros.
 
Nesse contexto, pode ser destacado o desenvolvimento da ioga na Índia, que foi transmitida para o restante do mundo, incluindo o Brasil, como uma das formas mais disseminadas e conhecidas de meditação (ELIADE, 2004).
 
A prática da meditação perde-se na “noite dos tempos”, não sendo possível assinalar com precisão em que local e como foi seu início. Só é possível especular a esse respeito.
 
No entanto, antropólogos modernos levantam a hipótese de que as tribos primitivas, desde a Pré-História, aprenderam a meditar a partir da observação noturna das fogueiras, prática indispensável à sobrevivência naqueles tempos, pois o fogo não só espantava os animais selvagens, como protegia as pessoas do frio intenso, em algumas regiões do planeta. Esse costume milenar possibilitava a todos a redução do estresse, fazendo com que, à noite, se equilibrassem, tendo noites de sono bem dormidas e tranquilas, preparando-os para as situações de luta e fuga do dia seguinte (JOHNSON, 1982).
 
 
 
 
Esta animação apresenta, de forma rápida e direta, uma retrospectiva histórica da meditação, partindo de um passado remoto e chegando até nossos dias. Importante e agradável para a compreensão deste tema.
 
Com o passar dos séculos, essa atividade foi dominada pelos diferentes povos, e, com o advento da escrita, pôde ser registrada e transmitida a um maior número de indivíduos.
 
As primeiras pesquisas científicas sobre a meditação indicaram ser ela capaz de proporcionar um maior grau de saúde para pacientes portadores de doenças cardíacas, entre elas, a hipertensão arterial (BENSON; PROCTOR, 1985).
 
No ocidente, a meditação gradualmente foi sendo dissociada das religiões, das artes marciais, das doutrinas esotéricas e espiritualistas, passando a ser pesquisada de acordo com a metodologia científica, e, atualmente, é utilizada em diversas áreas de atuação profissional (CARDOSO, 2011).
 
No Brasil, vem sendo pesquisada e ensinada em instituições acadêmicas de ponta, e profissionais nos campos da saúde, da educação e da administração vêm fazendo seu uso com amplo sucesso.
 
 
 
Este vídeo apresenta os estudos que estão sendo efetuados na Faculdade de Medicina da Unifesp (antiga Escola Paulista de Medicina), na qual a meditação vem sendo empregada no tratamento da ansiedade, do estresse e auxiliando na cura de diversas doenças, com ótimos resultados. 
 

Descobertas recentes ampliaram o leque dos benefícios da meditação

benefícios da meditação
 
 
Bibliografia 
BENSON, Herbert; KLIPPER, Miriam Z. The Relaxation Response. New York: Harper Collins Publishers Inc, 2000.
BENSON, Herbert; PROCTOR, William. Beyond the Relaxation Response. New York: Berkeley Books, 1985.
CARDOSO, Roberto. Medicina e meditação: um médico ensina a meditar. 3. ed. São Paulo: MG Editores, 2011.
ELIADE, Mircea. Yoga, imortalidade e liberdade. Trad. Teresa de Barros Velloso. 3. ed. São Paulo: Palas Athena, 2004.
JOHNSON, Willard. Do Xamanismo à Ciência: uma história da meditação. São Paulo: Editora Cultrix: 1982.
 
Sobre o autor do artigo:
Ricardo Mazzonetto é psicólogo especialista em psicologia clínica, e psicologia escolar, e professor universitário, tendo ao todo uma experiência profissional acumulada de 43 anos de atividades ininterruptas. No campo da meditação iniciou seus estudos e práticas na Raja-Yoga em 1974, deu continuidade passando a estudar e praticar a Hatha-Yoga e a obra de Patãnjali, desde 1996. Criou o método da Meditação Clínica, como coadjuvante da psicoterapia transpessoal e é o idealizador e um dos autores do curso de Docência e Prática da Meditação.