É possível olharmos para tudo o que já foi inventado e percebermos que, sim, houve um desenvolvimento científico por trás de cada coisa, durante todo o percurso do processo.
Caso contrário, a existência do produto (ou da teoria, ou do conceito, ou do movimento) ali estabelecido não seria possível.
No entanto, a teoria psicanalítica, desenvolvida por Carl Gustav Jung, cria uma nova dimensão para a pesquisa científica: a análise, ou método, científico.
Isso se aplica originalmente ao campo da psicologia, mas é extensível a toda e qualquer área que envolva o desenvolvimento de algo ancorado nos termos da ciência.
Etapas de uma pesquisa científica
A primeira coisa que uma pesquisa precisa responder é: Por que ela precisa existir? O que ela precisa resolver?
Ou seja, parte-se da identificação do problema para, então, buscar respostas.
No meio do percurso, muitas são as possibilidades de caminho para essa resposta.
E muitas delas podem se mostrar ineficazes ou insuficientes.
Portanto, após a pergunta/problema ser lançada(o) e os objetivos serem traçados, o que se precisa fazer com urgência é estabelecer a metodologia.
Quais métodos serão utilizados para que se chegue ao objetivo?
Essa etapa é importantíssima, pois delineará o tipo de pesquisa (quantitativa ou qualitativa), os pontos que serão levantados e as análises que precisarão ser feitas.
E tudo isso, ao pensarmos em todas as áreas (humanas, saúde, exatas, biológicas), precisa estar ancorado na ética.
A ética no desenvolvimento da pesquisa científica
A ética pode ser explicada de muitas formas diferentes.
Mas, no presente artigo, falaremos da ética na psicologia, mais especificamente na psicologia analítica, de Jung.
É óbvio que há a dimensão do humano a ser considerada em todo o percurso analítico, seja na relação pesquisador/pesquisado, seja na relação analista/analisando.
No entanto, essas relações nem sempre se deram como um acordo.
Podemos ver relatos de pesquisas antigas que nunca consideraram seu “objeto de pesquisa”, mesmo em se tratando de seres humanos.
Hoje em dia, não só o pesquisado/analisando precisa estar ciente de tudo o que está envolvido na relação (duração, etapas, objetivos, dúvidas, certezas…) como também é de extrema importância que o pesquisador/analista se veja como parte do processo, e jamais se coloque de fora.
O que Jung trouxe como legado foi a consciência de que não só o consciente, o inconsciente, o universo arquetípico e simbólico, as relações individuais e coletivas do analisando/pesquisado são fundamentais, mas também os do pesquisador/analista, pois este é totalmente atravessado pelo seu arsenal individual e coletivo.
Quando se tem esse tipo de estabelecimento, tanto pesquisador quanto pesquisado retomam sua dimensão de humanidade necessária.
O método analítico e autoanalítico de Jung
Como dito há pouco, o psicólogo Carl Jung criou um método de análise no qual não só é necessário enxergar o sujeito analisado como sujeito, mas como indivíduo dotado de complexidades. Para tal, será necessário acessar muitas camadas de análise e significação: ontológica, epistemológica, metodológica. E de ambos os lados envolvidos.
Só a partir disso se poderá configurar uma análise embasada e com relevância para estabelecer (ou condizer) um paradigma científico.
Um trecho, uma apresentação, mas uma verdadeira aula
A professora Dra. Jumara Silvia Van de Velde traz uma discussão importantíssima e que embasa tudo isso.
No vídeo “Importância da pesquisa científica e psicologia analítica”, é possível ter acesso ao que será desenvolvido mais profundamente no curso de Pós-graduação em Psicologia Analítica Junguiana, que a Estácio oferece.
O trecho é curto, mas é uma verdadeira aula, um convite ao aprofundamento essencial para se desenvolver pesquisas científicas no campo da psicologia ou em qualquer outra área de pesquisa.