Os cursos de ensino a distância (EAD) surgem no Brasil durante o século XX como forma de qualificação profissional. Mais especificamente, no ano de 1904, pelo Jornal do Brasil através do curso de datilografia por correspondência. Conforme a tecnologia avança, já em 1920, os estudantes passam a utilizar as ondas de rádio com materiais impressos para estudar. Os cursos a distância (EAD) incorporam o ensino superior a partir de 1970, começando em Brasilia as primeiras iniciativas EAD nas universidades. Entretanto, foi somente na década de 90 que as escolas e universidades passam a utilizar a internet no processo pedagógico para a formação e interação dos alunos.
Atualmente, os dados do Censo da Educação Superior, mostram que, em 2005, existiam 189 graduações a distância, no entanto, 10 anos depois, esse total subiu para 1473, um aumento de quase 680%. Dessa forma é possível ver que a oferta de cursos EAD apresentaram crescimento considerável nos ultimos anos, e com os avanços da tecnologia, a expectativa é de que a situação cresça mais. Seguindo tendência, as universidades de todo o Brasil passam a investir no ensino a distância, tanto em cursos de gradução quanto de pós-graduação. Mas, ainda que seja uma iniciativa nova e com a capacidade de ampliar o acesso ao ensino, o EAD ainda não é consenso entre educadores e conselhos profissionais. Com argumentos contrários e a favor, o aumento do ensino movimenta o debate público no Brasil.
Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a ampliação das vagas a distância para formação de advogados é preocupante, pois não tem como ensinar todas as habilidades necessárias para tornar-se um advogado. A principal reclamação entre os conselhos profissionais, como a OAB, é a ausência do contato humano na formação. Para alunos na área de ciências humanas ou que pretendem ser profissionais de saúde, este pode ser um fator importante na formação. Contudo, a entidade não é contra o modelo, mas sim contra o curso ser ofertado totalmente a distância, ou seja, na visão da OAB, é preciso haver tanto atividades presenciais quanto a distância.
De acordo com o diretor acadêmico de EAD da Estácio de Sá, Flávio Murillo Gouvêa, o objetivo hoje não é tornar todas as disciplinas a distância, porém, conforme as tecnologias evoluem e as informações são aperfeiçoadas, a resistência dos conselhos pode diminuir. Para o especialista Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), o aluno EAD possui qualidades que o aluno presencial não tem. Não é fácil ser aluno a distância, e com certeza o modelo não é feito para todo mundo. Os trabalhos, ao contrário do presencial, têm que ser enviados no horário estipulado com prazos definidos, ou seja, não há espaços para atrasar ou arranjar explicações para não entregar. Além disso, normalmente, os que procuram o EAD são pessoas que trabalham, são casadas ou têm filhos e estão dispostas, a todo custo, conquistar o diploma no ensino superior.
Mesmo sendo uma discussão longa, é fato que o ensino a distância veio para ficar. Para os que desejam saber mais do assunto ou se especializar na área, há o curso de Pós EAD da Estácio em Docência e Gestão na Educação a Distância. Com disciplinas que cobrem desde a Psicologia da Aprendizagem até Recursos Didáticos, o curso busca abranger os principais temas envolvidos na área e formar profissionais qualificados.
Texto por Gabriel Magalhães.